Como veremos 2014 em retrospectiva daqui a muitos anos?
Por exemplo, 1950 foi o ano em que Copa do Mundo de futebol foi
disputada no Brasil e o resultado foi ótimo para o Uruguai. 1954 o ano em que
Getúlio Vargas suicidou-se. 64, aquele em que os militares tomaram o poder
político por meio de um golpe . Há 40 anos, em 1974, Ulysses Guimarães foi o
anticandidato e na oportunidade chamou a todos para a resistência democrática:
”navegar é preciso”. Dez anos depois, em 1984, a emenda Dante de Oliveira, que restabeleceria
eleições presidenciais diretas, foi derrotada no Congresso Nacional, mas deu
início ao movimento das Diretas Já. Há 20 anos, em 94, Itamar Franco criava o
Real e Fernando Henrique Cardoso seria eleito Presidente da República para pôr ordem
na economia. 10 anos depois, Lula sancionava a lei criando o Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes o ENADE.
O que diremos deste ano que agora, passado o carnaval,
inicia oficialmente?
Para início de conversa, com a Copa do Mundo no primeiro
semestre e eleições gerais no segundo, podemos esperar um daqueles anos que
passam rápido.
Será o ano da economia? Não creio. Mesmo com as contas
públicas dando sinais de alarme, tudo indica, que a economia somente será
encarada de frente pela próxima administração, em 2015.
Vamos lembrar de 2014 como o ano que começamos a sair da
falência de nosso modelo educacional? Praticamente impossível, pois sequer
temos consenso sobre o nosso diagnóstico, mesmo que a grande maioria e
praticamente toda a elite dirigente, elege este como o nosso maior problema.
Bem, então será o ano da segurança pública, quando
iniciaremos a recuperar os espaços de liberdade para as pessoas de bem? Enfim,
bandidos presos e cidadãos livres? Não está nem na pauta.
Ora, então 2014 será o ano em que os investimentos em
infraestrutura crescerão tanto que definitivamente começaram a transformar o
Brasil ? Certamente não, pois o capital está desconfiado conosco.
E então, o que esperar de 2014?
Em primeiro lugar, esperar pelo resultado das urnas, que
definirão os próximos 4 anos.
Essas eleições terão dois fatos novos que podem embaralhar o
cenário.
O primeiro deles é a força das redes sociais, que nunca foram
tão frequentadas e ativas como hoje. Fernando Henrique chegou a observar,
jocosamente, que se Lenin fosse nosso contemporâneo teria aberto uma página no
Facebook e não criado um partido.
A segunda novidade, é a presença de uma nova classe média - a
nossa pequena burguesia tropical, conservadora e numerosa. Conservadora, sim,
como toda o grupo social que tem o que perder e teme correr riscos Podemos pensar que este grupo social está
muito menos aberto a ter “esperança na mudança”. Como votará?
Enfim, o ano tem tudo para ser lembrado como aquele em que começamos
a olhar de frente os nossos grandes problemas e por isso escolhemos os líderes,
que a partir de 2015 conduzirão o Brasil a retomar a agenda de reformas que nos
levará para a frente.
Se tudo correr bem, caminharemos para a frente com a sexta
estrela no peito.
(*) Artigo publicado na Revista do Lago Norte em março de 2014
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