Acabei de
ler O cemitério de Praga, que segundo o Wikipédia ...
“.... é um romance histórico de Umberto Eco, publicado em 2010 pela editora Bompiani. O nome do
livro é uma alusão ao antigo Cemitério
Judeu de Praga, onde,
de acordo com Os Protocolos
dos Sábios de Sião, judeus teriam conspirado para dominar o mundo. A história
contém uma série de conspirações e falsificações, envolvendo ainda carbonários, jesuítas, maçons e satanistas.
No cenário parisiense, em março
de 1897, desenrola-se uma trama que também percorre os territórios de Turim e
Palermo. Nestas paisagens circulam uma adepta do satanismo emocionalmente
perturbada, um prior que já faleceu duas vezes, alguns corpos jogados no esgoto
de Paris, Ippolito Nievo, um seguidor de Garibaldi, levado pelas águas do
oceano perto do Stromboli, o falso documento que incriminaria o oficial francês
Alfred
Dreyfus como
espião da embaixada alemã na Cidade Luz, a divulgação dos inverídicos
Protocolos dos Sábios de Sião, fonte de inspiração de Hitler na criação dos
campos de concentração.
Há também intrigas que contrapõem
jesuítas e maçons, a sociedade secreta dos carbonários e seguidores de Giuseppe Mazzini, filósofo e político italiano, os quais assassinavam
padres estrangulando-os com suas próprias tripas, a figura de um Giuseppe Garibaldi com artrite nas pernas oblíquas, projetos elaborados
por agentes secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, a carnificina
provocada pela Comuna de Paris, quando as pessoas se alimentavam de ratazanas
ou eram apunhaladas.
Nesta época eram comuns as
assembleias de bandidos, os quais consumiam absinto enquanto planejavam motins
públicos. Desfilam igualmente pelo livro homens com barbas postiças, tabeliões
de mentira, falsos testamentos, fraternidades malignas e missas negras.
Somente o protagonista é
fictício; a fauna que circula pela obra de Eco existiu de verdade. Mas mesmo o
personagem principal pode confundir o leitor, pois pratica atos reais, mas que
foram, de fato, exercitados por outras pessoas. Desta forma, o autor revela que
não se deve confiar nas aparências, pois nada é o que aparenta ser.”.
A primeira que tenho um inegável transtorno obsessivo compulsivo
que me deixa muito mal quando não cumpro “deveres” e terminar um livro é um
“dever”. Vai entender ...
A outra razão é que, lá
pelas tantas, entendi que o autor descobriu alguns mecanismos importantes da
origem do preconceito racial e do ódio contra grupos da sociedade.
O antissemitismo usado por Umberto Eco não é um fim em si mesmo,
mas um exemplo útil para mostrar como este mecanismo se cria e se desenvolve.
Conhecendo a gênese talvez seja possível, algum dia, criarmos
uma vacina social eficiente.
Até lá, é importante ter em mente que a doença do preconceito
racial existe e é mortal.
Recomendo a leitura? Sim, como quem recomenda um bom remédio
amargo.
(*) Postado no Facebook em 5 de junho de 2014
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