quinta-feira, 17 de julho de 2014

O cemitério de Praga de Umberto Eco

Acabei de ler O cemitério de Praga, que segundo o Wikipédia ...
“.... é um romance histórico de Umberto Eco, publicado em 2010 pela editora Bompiani. O nome do livro é uma alusão ao antigo Cemitério Judeu de Praga, onde, de acordo com Os Protocolos dos Sábios de Sião, judeus teriam conspirado para dominar o mundo. A história contém uma série de conspirações e falsificações, envolvendo ainda carbonários, jesuítas, maçons e satanistas.
No cenário parisiense, em março de 1897, desenrola-se uma trama que também percorre os territórios de Turim e Palermo. Nestas paisagens circulam uma adepta do satanismo emocionalmente perturbada, um prior que já faleceu duas vezes, alguns corpos jogados no esgoto de Paris, Ippolito Nievo, um seguidor de Garibaldi, levado pelas águas do oceano perto do Stromboli, o falso documento que incriminaria o oficial francês Alfred Dreyfus como espião da embaixada alemã na Cidade Luz, a divulgação dos inverídicos Protocolos dos Sábios de Sião, fonte de inspiração de Hitler na criação dos campos de concentração.
Há também intrigas que contrapõem jesuítas e maçons, a sociedade secreta dos carbonários e seguidores de Giuseppe Mazzini, filósofo e político italiano, os quais assassinavam padres estrangulando-os com suas próprias tripas, a figura de um Giuseppe Garibaldi com artrite nas pernas oblíquas, projetos elaborados por agentes secretos piemonteses, franceses, prussianos e russos, a carnificina provocada pela Comuna de Paris, quando as pessoas se alimentavam de ratazanas ou eram apunhaladas.
Nesta época eram comuns as assembleias de bandidos, os quais consumiam absinto enquanto planejavam motins públicos. Desfilam igualmente pelo livro homens com barbas postiças, tabeliões de mentira, falsos testamentos, fraternidades malignas e missas negras.
Somente o protagonista é fictício; a fauna que circula pela obra de Eco existiu de verdade. Mas mesmo o personagem principal pode confundir o leitor, pois pratica atos reais, mas que foram, de fato, exercitados por outras pessoas. Desta forma, o autor revela que não se deve confiar nas aparências, pois nada é o que aparenta ser.”.
 Este foi um dos livros mais chatos que já li, mas mesmo assim consegui chegar ao final por duas razões.
A primeira que tenho um inegável transtorno obsessivo compulsivo que me deixa muito mal quando não cumpro “deveres” e terminar um livro é um “dever”. Vai entender ...
A  outra razão é que, lá pelas tantas, entendi que o autor descobriu alguns mecanismos importantes da origem do preconceito racial e do ódio contra grupos da sociedade.
O antissemitismo usado por Umberto Eco não é um fim em si mesmo, mas um exemplo útil para mostrar como este mecanismo se cria e se desenvolve.
Conhecendo a gênese talvez seja possível, algum dia, criarmos uma vacina social eficiente.
Até lá, é importante ter em mente que a doença do preconceito racial existe e é mortal.

Recomendo a leitura? Sim, como quem recomenda um bom remédio amargo.

(*) Postado no Facebook em 5 de junho de 2014

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