quinta-feira, 17 de julho de 2014

Copa do Mundo no Brasil

A Copa do Mundo no Brasil 2014 foi um evento que deixou sentimentos divididos.
Em primeiro lugar, há que separar dois grandes conjuntos de fatos e percepções: o grande evento esportivo global, organizado em nosso País e o Seleção Nacional de futebol.
Desde o início, as opiniões convergiam na necessidade que o grande evento deixasse legados para a sociedade brasileira.
Divergiam, entretanto, quando identificavam que legados seriam estes, pois ora alguém falava em obras de infra-estrutura, ora outros opinavam sobre ações relacionadas ao desenvolvimento humano.
Todos sabiam, entretanto, que o evento custaria caro e que todos, de um modo ou de outro, iriam contribuir para o seu financiamento.
Seria o momento oportuno de fazermos um investimento desta natureza?
Passado o evento, ainda estamos fazendo a contabilidade das perdas e ganhos.
Temos um conjunto espetacular de estádios, chamados agora de arenas, para praticar o esporte mais popular de nosso País. São incrivelmente confortáveis e bonitos e certamente estimularão mais pessoas a frequentar as partidas de seus times do coração. Este é um excelente legado.
Temos aeroportos novos e renovados, algumas linhas novas de trens, metrôs e ônibus especiais ligando as novas arenas e os bairros onde estão construídas ao sistema urbano nas 12 cidades sedes.
Em algumas delas, como São Paulo, a cidade descobriu que o seu sistema de transporte tem, além dos inúmeros problemas que não cansamos de ouvir e falar, alguns aspectos positivos.
Precisaram os ingleses elogiarem o metrô paulista dizendo ser mais limpo, barato e eficiente que o londrino para olharmos de novo o que, com sacrifício, a sociedade paulista está construindo.
No campo do desenvolvimento humano os ganhos foram importantes. Conhecemos outros povos e fomos conhecidos. Mais interessante ainda é que apreendemos a receber bem e gostamos de tratar bem os que nos visitam. A retribuição foi imediata, os visitantes gostaram do Brasil e de nossa gente. Isto é extremamente importante para a nossa evolução em um mundo cada vez mais globalizado.
Mostramos nossa alegria, culinária, nossa arte, nosso saber-viver, nossa pobreza e nossa riqueza. Enfim nos expomos além e para lá dos estereótipos.
Tudo custou caro, muito caro e não temos recursos financeiros sobrando, logo sacamos no vermelho e vamos suar para pagar esta conta.
Além disto suspeitamos que parte desses recursos foram desviados para os bolsos de espertalhões, mas esta infelizmente é uma característica que não é exclusiva de grande eventos. Roubam até na merenda das crianças, pode?
Tivemos, também, que aguentar a arrogância, a prepotência e a antipatia da FIFA, a organizadora do evento. Fizeram duas festas, de abertura e encerramento, simplesmente horríveis e mostraram o verdadeiro padrão da entidade.
Foram pegos roubando nos ingressos e fecharam com chave de vergonha sua mal vista presença por aqui. Desses estamos livres por um bom tempo.
E teve futebol, do bom e do melhor, mas não na nossa querida Seleção Brasileira de Futebol.
Disso todos já falaram, mas a minha opinião é curta: quarto lugar, com este futebol sem brilho e ainda levando dois "sacodes", é muito, muito pouco.
Queremos mais e sabemos, cada vez mais, o que queremos!
Foi bonita a festa, mas temos coisa mais importante para fazer pela frente.

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